Acusados de matar jovem após furto em supermercado amarraram vítima durante agressões, diz Ministério Público

  • 03/07/2025
(Foto: Reprodução)
Quatro suspeitos foram acusados de homicídio qualificado por motivo fútil, motivo torpe, meio cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima. Dois deles estão foragidos. Justiça aceita denúncia contra quatro acusados de matar jovem de 22 anos Os suspeitos de matarem Rodrigo da Silva Boschen, de 22 anos, amarraram os pés do rapaz com um cinto, segundo a denúncia do Ministério Público do Paraná (MP-PR). Conforme o documento, a ação dificultou a defesa da vítima. ✅ Siga o g1 PR no Instagram ✅ Siga o canal do g1 PR no WhatsApp Rodrigo foi perseguido e agredido no dia 19 de junho após furtar um chocolate e um chiclete em uma das unidades do supermercado Muffato, no bairro Portão, em Curitiba. Os seguranças Antônio Cesar Bonfim Barros e Bryan Gustavo Teixeira, o funcionário de setor de frutas, legumes e verduras, Luiz Roberto Costa Barbosa, e o motociclista Henrique Moreira Alves Pinheiro do Carmo foram denunciados por homicídio qualificado por motivo fútil, motivo torpe, meio cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima. Na denúncia, o Promotor de Justiça Marcelo Balzer Correia destacou ainda que os suspeitos agiram movidos por um "desejo de retaliação pessoal e vingança privada, absolutamente desproporcional ao suposto dano causado". Além de amarrá-lo, Correia indica que os denunciados estavam em superioridade numérica. "Com a vítima totalmente dominada os denunciados, agindo em comunhão de vontades, conjugação de esforços e divisão de tarefas, com apoio e incentivo entre ambos (apoio moral e material), cientes da ilicitude e reprovabilidade de suas condutas, passaram a impor à vítima intenso período de sofrimento e agressões, praticando atos agressivos contra a vítima, assumindo conscientemente o risco de produzir o resultado morte (dolo eventual) que, por sua natureza e sede, foram a causa eficiente de sua morte, agindo por meio cruel, visto que a violência empregada foi revestida de uma hostilidade exacerbada, pois maculou a integridade física de forma dolorosa e contínua, revelando uma brutalidade fora do comum ou em contraste com o mais elementar sentimento de piedade", aponta a denúncia. Rodrigo da Silva Boschen, de 22 anos, foi encontrado morto com sinais de agressão Arquivo Familiar Na denúncia, o Promotor de Justiça solicitou também que, caso condenados, os quatro paguem R$ 100 mil como forma de indenização à família da vítima. O eventual pagamento desse valor seria dividido entre os réus. O motociclista Henrique e o segurança da empresa terceirizada que prestava serviço ao mercado, Bryan, estão presos preventivamente. Antônio e Luiz Roberto não retornaram ao trabalho desde o dia do crime e não foram encontrados pela polícia. Eles são considerados foragidos. A denúncia do Ministério Público foi enviada para a Justiça, que a recebeu na quarta-feira (2). LEIA TAMBÉM: Entenda: Mais de 100 pessoas são tiradas de casas após risco de explosão Nevasca: Caminhoneiros recebem auxílio após ficarem presos na fronteira entre Chile e Argentina Vídeo: Foragido é preso pela polícia dentro de rio após entrar na água para fugir de linchamento e ter que pedir ajuda para conseguir sair Perseguição e assassinato Câmeras de segurança registraram Rodrigo da Silva Boschen correndo após ser abordado no mercado Reprodução Câmeras de segurança registraram o momento em que a vítima é perseguida por funcionários do supermercado. Nas imagens é possível observar que Rodrigo da Silva Boschen é abordado, dentro do supermercado, pelo segurança terceirizado Bryan. Em depoimento, o segurança afirmou que tinha pedido para Rodrigo entregar um chocolate que supostamente tinha sido furtado. Em seguida, as imagens mostram o rapaz correndo em direção ao estacionamento. Bryan corre atrás dele. O funcionário do setor de frutas e legumes, Luiz Roberto, que está de moletom e boné, também persegue o jovem. Segundo as investigações, já fora da loja, o funcionário de boné pediu para o motoboy Henrique Moreira Alves Pinheiro do Carmo, que passava pelo local, alcançar Rodrigo. Em seguida, conforme a polícia, o funcionário deu um mata-leão na vítima. No inquérito, a polícia aponta que os seguranças Antônio e Bryan permaneceram ao lado dos demais acusados enquanto Rodrigo era agredido e não fizeram nada para interromper os atos ou prestar socorro. Já o motociclista Henrique desferiu socos e chutes na vítima enquanto ela era imobilizada por Luiz Roberto. Depois, ele deixou o local sem prestar socorro. Outras imagens, gravadas por câmeras de segurança e por uma testemunha, mostram três pessoas carregando a vítima e a deixando em uma calçada na Rua Daisy Luci Berno, perto do supermercado. Conforme a polícia, não se sabe se, neste momento, Rodrigo já estava morto ou não. A morte foi confirmada pelo Corpo de Bombeiros, que chegou ao local momentos depois, chamado por uma testemunha. O funcionário de setor de frutas, legumes e verduras, Luiz Roberto Costa Barbosa, flagrado correndo atrás da vítima Reprodução O que dizem os citados? O g1 tenta localizar as defesas do segurança do supermercado, Antônio Cesar Bonfim Barros, e do funcionário do setor de frutas, legumes e verduras, Luiz Roberto Costa Barbosa. O advogado André Luiz Kravetz, responsável pela defesa do motoboy Henrique Moreira Alves Pinheiro do Carmo, afirmou, por meio de nota, que o cliente "foi induzido a colaborar com uma abordagem, acreditando tratar-se de uma ação legítima de seguranças do supermercado Muffato, diante de um suposto flagrante de furto". "Importante destacar que Henrique não conhecia os demais envolvidos, não participou de qualquer agressão letal e não esteve presente no momento da morte ou no abandono do corpo. Sua colaboração com a investigação foi imediata, tendo se apresentado espontaneamente às autoridades e contribuído com todas as informações requeridas", afirma a nota. A advogada Kelen Ribas, responsável pela defesa de Bryan Gustavo Teixeira, optou por se manifestar após a juntada do laudo pericial. "A defesa acredita que ficará provado a inocência do senhor Bryan, pois o mesmo não participou do crime, apenas estava seguindo ordens", diz a advogada. O Super Muffato lamentou o ocorrido e afirmou que colabora com as autoridades, prestando todos os esclarecimentos solicitados. "Manifestamos nossa solidariedade à família da vítima e reforçamos nosso compromisso com a transparência, o respeito à vida e à Justiça", diz a nota. VÍDEOS: Mais assistidos do g1 Paraná Leia mais notícias no g1 Paraná.

FONTE: https://g1.globo.com/pr/parana/noticia/2025/07/03/acusados-de-matar-jovem-apos-furto-em-supermercado-amarraram-vitima-durante-agressoes-diz-ministerio-publico.ghtml


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