Ex-prefeito é investigado por 'burlar' concursos e fazer contratações irregulares no Paraná
12/08/2025
(Foto: Reprodução) Valdenei de Souza (PL) é ex-prefeito de Palmital (PR)
TSE
Valdenei de Souza (PL), político que foi prefeito de Palmital de 2017 a 2024, está sendo investigado pelo Ministério Público do Paraná (MP-PR) por fazer processos seletivos simplificados (PSS) para burlar a necessidade de concursos públicos para contratações de cargos permanentes.
A investigação identificou que o ex-prefeito teria contratado irregularmente Kimberly Ketes Rossi, filha do então vice e atual prefeito da cidade da região central do Paraná, para o cargo de médica veterinária por meio de um PSS em 2022.
Ela também é requerida na ação civil, ajuizada por improbidade administrativa.
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"No curso das apurações, ela chegou a ser exonerada do cargo após o envio de uma recomendação administrativa pelo Ministério Público. No entanto, ela foi recontratada também por meio de processo seletivo simplificado apenas cinco dias após o seu desligamento, o que demonstra flagrante dolo e desrespeito à orientação ministerial", afirma o promotor Frederico Augusto Gomes.
Gomes explica que, quando a prefeitura foi questionada sobre o assunto, alegou que a contratação era urgente, e disse estar em processo de adequação do plano de cargos para posterior realização de concurso público.
"O último concurso público, entretanto, foi realizado em 2015", aponta o promotor.
Na ação, o MP-PR pede a condenação do ex-prefeito e da filha do atual prefeito pela prática de ato de improbidade administrativa, que pode resultar em perda da função pública, proibição de contratar com o poder público e multa, entre outras penalidades.
A Promotoria de Justiça também requereu o imediato afastamento das funções da filha do ex-vice-prefeito do cargo de médica veterinária. O pedido está em avaliação no Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR).
"Kimberly é a única pessoa incluída no polo passivo desta ação em razão do vínculo familiar com o então vice-prefeito e atual prefeito. Embora tenham ocorrido outras contratações via PSS que violaram o princípio do concurso público, os demais servidores agiram de boa-fé, não tendo conhecimento das irregularidades do processo administrativo", explica o Ministério Público.
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O que dizem os envolvidos
Em nota, a prefeitura de Palmital afirma que não houve irregularidades no processo seletivo.
"Foram realizados dois testes seletivosm, nos quais foram contratadas temporariamente mais de 120 pessoas. Os processos foram regulares e realizados por empresa regularmente contratada via processo licitatório", diz a prefeitura.
Ao g1, Kimberly Ketes Rossi também negou as irregularidades apontadas pelo MP-PR e destacou que processo foi realizado por empresa contratada através de processo licitatório regular.
"Eu participei do PSS assim como qualquer outro candidato, visto que não existe vedação legal pra minha participação! Foram contratados vários profissionais no referido processo seletivo, inclusive outros médicos veterinários. [...] Em relação à minha exoneração, foi referente ao primeiro teste seletivo, que foi feito em 2022. Então me exoneraram do primeiro que estava vencendo e contrataram novamente devido ao segundo PSS que fiz ano passado, onde não tem irregularidade em nenhum dos dois, fiz as duas provas e passei assim como vários profissionais", afirmou.
O g1 e a RPC, afiliada da TV Globo no Paraná, também entraram em contato com Valdenei de Souza e com o diretório estadual do Partido Liberal (PL), e aguardam as respostas.
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